Arquivo diário: 26/01/2011

Localização

Você sabe o que é “Localização”? Pois é. Eu também não.

Na realidade, estou descobrindo um mundo totalmente novo com esse curso de tradução que estou fazendo. É bem verdade que trata-se de um curso levemente fraco, desses online, que a gente paga o olho da cara pra ter 1h30 de aula por semana. Mas de todo modo, no fim do curso ganho um certificado reconhecido pela Abrates, a Associação Brasileira de Tradutores e Intépretes e ainda por cima, consigo ter uma ideia do que é esse mundo da tradução.

Quando a gente fala de tradução, pelo menos até onde eu conseguia imaginar, a gente sempre pensa em traduzir um currículo, um e-mail, uma carta, o resumo de uma tese. Mas esse mundo é gigante. Ele é muito maior. E esse módulo sobre “Localização” tá me abrindo os olhos pra isso.

Você já parou pra pensar que o “WordPress” foi criado em inglês? E você já reparou que existem versões em outras línguas para ele? Já se deparou com frases bizarras no Facebook do tipo “Mariana foi votada nas eleições”, tradução automática e malfeita da frase “Mariana has voted in the elections”? Já tentou traduzir alguma frase no Google Translator e encontrou uma resposta estranhíssima ao que procurava? Bem, para que Facebook, WordPress, Orkut, Gmail, Yahoo, etc, etc, etc, tenham uma versão em português, existe muito trabalho por trás disso. As empresas que criam não só esses sites, mas também softwares como um editor de imagens ou um conversor de mp3, elas contratam (terceirizando) tradutores profissionais que se especializaram em fazer esse tipo de trabalho. Esse é o tradutor de localização.

Mas como assim localização? Bem, o tradutor deve pegar aquela ideia – seja de um software, de uma rede social ou a campanha publicitária do McDonald’s – e “localizar” para o país receptor desse novo produto. É ele que vai transformar “I’m lovin’ it” em “Amo muito tudo isso”. Foram pessoas como ele que decidiram que “Save a file” no Brasil viraria “Salvar documento” e em Portugal “Guardar ficheiro”.

E a gente olha pra tudo isso com uma naturalidade, né? Mesmo a minha geração – que é um pouco mais jovem que a geração Coca-Cola, mas não é tão tecnológica como a geração pós Muro de Berlim -, mal se lembra da época em que os computadores vinham todos em inglês e que a coisas como “file”, “save as”, “open”, “close” foram as primeiras palavras do vocabulário estrangeiro para parte das crianças brasileiras.

Para complementar isso tudo que tentei explicar – isso porque nem entrei na parte técnica, que é um porre, na verdade -, posto aqui um vídeo daquele programa da Globo News, o “Mundo S.A.”, em que a tradução de localização foi tema. Enjoy it! Aproveite! Profitez-en!