Pesquisas à parte e esquecendo o olhar que minha pesquisa dá a certos aspectos de blogs maternos, não consegui deixar de compartilhar esse post por aqui.
Não tenho filhos. Nem sei se terei. Mas tenho 2 sobrinhos, um menino e uma menina, e quando li esse post não consegui não me identificar de algum modo.
Não sei se essa é uma preocupação da minha irmã e do meu cunhado. Creio que seja, mas talvez não de maneira tão acirrada quanto a minha. Exemplifico: se Catarina quer brincar com meus colares e Miguel também, eu incentivo (bem, agora nem mais tanto, dada a destruição do colar que minha amiga Karina me deu…rs). Se Catarina quer brincar de passar batom e Miguel também, eu não me importo de deixar. Magaly, minha irmã, não gosta tanto, afinal, batom não é coisa de criança – nem de Catarina, nem de Miguel. Neste caso, ela não tá dizendo “menino não pode”. Ela tá dizendo “criança não pode” (isso pode ter mil outras implicações, que deixo de fora aqui). Se Miguel quer usar a saia de balé da irmã na festa de aniversário do pai (como o fez esse ano), ai de quem olhar pra ele e dizer que, oh, tadinho, vai ser gay! E o contrário tbm vale: se a Cata quiser jogar futebol, serei a primeira a pegar a bola e jogar com ela (tão bem ou bem pior do que ela…rs). Se a Cata quiser brincar de pintar um bigode na cara (nunca vi acontecer, mas poderia), eu pintaria feliz!
Enfim, assim como a Nanda lá do blog, eu tbm me irrito muito com essas divisões de papéis de gênero: judô pra menino, dança pra menina. Ora bolas! As atividades são pra todos, não?
É por isso que adoro quando o Café brinca com a Cata e diz que quer pegar o vestido dela pra ele. Dá pano pra manga quando ela diz que “menino não usa vestido”. Ah, usa sim! Um dia ainda faço uma atividade lúdica com ela e saio mostrando fotos de homens vestidos com roupas convencionalmente de mulheres. Adoro fazer um fuzuê na cabecinha dela. E quando Miguel estiver na idade, também farei. Porque, com o andar da carruagem, logo mais ele dirá que “lutar de espada” é coisa de menino.
Enfim, esse será meu papel de tia. E se um dia eu for mãe, farei questão de ensinar “m-(e)-inh-(u)-a filhx” que saias também são pra meninos e que menina também joga futebol.